domingo, 11 de novembro de 2012

O perigo da superfície!

A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. [...] Tudo entre ele era comum. Com grande coragem os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça. [...] Todos que possuíam terras ou  casas vendiam-nas. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade.
Um certo homem chamada Ananias, de comum acordo com sua mulher Safira, vendeu um campo e combinado com ela, reteve uma parte da quantia da venda. (Atos, 4. 32,35 – 5. 1,2).

Fazendo a leitura orante dos Atos dos Apóstolos, os capitulos 4 e 5 me remeteram ao tema do nosso Retiro de Aprofundamento: “Entre as profundezas e a Superfície.”Não a forma como os primeiros cristãos viviam a fé, no sentido de vender seus bens e repartir, pois hoje estamos em outro contexto. O que chama a atenção são os personagens Ananias e sua esposa Safira.  Afinal eles experimentaram da profundeza do amor de Deus, a profundeza da vida fraterna, da partilha, oração, eles comungavam da mesma fé.Fiquei me questionando em que momento da caminhada Ananias e Safira decidiram ficar a margem, porque escolheram a superfície depois de tamanha experiência com o Espirito Santo?


“Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses a cerca do valor do campo”?  (Atos, 5. 3).

Fiz a leitura percebendo esse campo como nossa vida. Não queremos dar tudo. Nossa humanidade nos impede  de nos aprofundar, afinal a superfície é mais tranquila. Assim como Ananias não reconhecemos que Deus nos quer por inteiro. Nosso “campo” é valioso à seus olhos, muito mais do que possamos imaginar.  A superficialidade nos faz reter aquilo que é de Deus e impede a entrega total.
Assim, na minha oração, Deus me falava do perigo da superfície. Ela é a zona de conforto que nos faz viver um relacionamento superficial como nosso Senhor e com os irmãos. Tantas vezes nos prostramos diande Dele, tantas vezes choramos, tantas vezes nos arrependemos e Ele nos acolhe. Mas a superficialidade não nos deixa avançar. Andamos em circulos. Um dia estamos bem, outro não. Um dia Deus me ama, outro ele me abandonou. Se estou bem oro, louvo, adoro, leio a palavra. Se não estou bem me afasto. Retenho.

“Por que imaginastes isso no teu coração? Não foi aos homens que mentistes, mas a Deus”. (Atos 5. 4)

A palavra segue narrando a morte de Ananias e sua esposa. Junto com a superficialidade vem o perigo da morte. Não a morte física, mas a espiritual. Essa mornidão que Deus vomita, esse acostumar-se em ir a Igreja e não ser Igreja, assistir a Missa e não participar, precisar de motivos para estar diante do Senhor, quando Ele é o motivo. Dar só uma parte, enquanto Deus quer tudo. Por outro lado, a profundidade dos Apóstolos e fascinante! Enquanto fazia a leitura eu me perguntava onde estão os Pedros, os Joãos, os Estevãos do nosso tempo?  Eles não reteram  nada. Doaram tudo. E como foram usados por Deus!
A superficialidade é resultado da nossa humanidade e a profundidade não é um passe de mágica. É fruto de decisão, disciplina, entrega. O que nós estamos retendo? O que tem nos impedido de entregar tudo? O que tem nos impedido de experimentar milagres? O que tem nos mantido na superficie?
Nosso retiro de aprofundamento nos convida  a refletir sobre isso. Vamos juntos entregar “nossos campos” e sem reservas descobrir a beleza da profundidade do amor de Deus.
Abraço.
Com a paz inquieta do Coração de Jesus.
Joelma Ribeiro.
Âncora da Alma.

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